quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Publico janeiro 2011

Leio normalmente a crónica que Rui Tavares assina às 2ª feiras no Público. Confesso que a publicada no passado dia 24 de Janeiro, dia seguinte ao da eleição presidencial, me tocou particularmente. Uma peça de uma
ternura atroz! Descrevia ele a dificuldade de seu pai em ir votar, por questões de saúde, constratando com a imensa vontade em o fazer, direito adquirido quando o senhor já era homem feito e pai de família. Conclui facilmente que esse homem é justamente da minha geração, praticamente da mesma colheita. Tal como o dele, tambem o meu pai morreu sem ver o fim da ditadura. O meu pai, que tanto se batera contra a mesma e disso sofreu as consequências. Prisões, demissão do Exército Português, vida que seguira porque os recursos de sua mãe, já viúva, lhe não permitiram seguir o seu sonho de ser médico,proibição de continuar com um colégio que ele próprio criara.
Habituei-me, desde mto pequena , a visitá-lo na prisão, desde a fortaleza de Peniche ao Aljube de Lisboa. passando pela Trafaria. Guardo disso bem vivas memórias.Talvez venha a partilhá-las...
Fui atrás dessas lembranças, e afastei-me da crónica que lhes deu origem.
Tambem eu, naturalmente, fui votar. Talvez a nossa opção na escolha do candidato não tivesse sido a mesma.  Pouco importa. Ambos escolhemos um candidato de esquerda. Valeu a pena, sim

Sem comentários:

Enviar um comentário